De acordo com o informe publicado nesta quinta-feira, dia 09, pela NOAA, as condições de La Niña estão presentes no Pacífico Tropical e devem persistir de fevereiro a abril de 2025 (59% de chance), com uma transição para neutralidade provavelmente durante março a maio de 2025 (60% de chance).
Segundo a NOAA, anomalias de vento em baixos níveis da atmosfera típicas de La Niña foram observadas. Além disso, a convecção (instabilidade) foi suprimida sobre a Linha de Data e foi intensificada sobre a Indonésia. Os índices tradicionais e equatoriais de Oscilação Sul foram positivos, o que é sinal da fase fria. “Coletivamente, o sistema acoplado oceano-atmosfera indicou condições de La Niña”, resumiu a NOAA.
O evento de La Niña que está nos seus estágios iniciais não será prolongado. Ao contrário do evento de 2020 a 2023, que foi a tipicamente longo, este deve ser muito curto e fraco, perdurando três a cinco meses, conforme os dados dos modelos de clima.
Por isso, a MetSul Meteorologia entende ser alto o risco de áreas do Sul do país enfrentarem déficit de precipitação, o que vai afetar a agricultura em diversos municípios com perda de produtividade em milho e soja. O Rio Grande do Sul já começa a sofrer com uma estiagem.
O cenário só não será pior porque em muitas áreas há umidade no solo resultante do ano de 2024 chuvoso e pela precipitação ocorrida nos meses de novembro e dezembro. Em fortes estiagens de verão da história recente, a escassez de chuva começou ainda entre outubro e dezembro do ano anterior com agravamento no verão, o que não se deu na primavera deste ano. Ocorre que com o tempo seco prolongado e o calor, a perda de umidade do solo se acelera e pode ocorrer de forma rápida.
O QUE É O FENÔMENO LA NIÑA E COMO IMPACTA O BRASIL
O fenômeno La Niña tem impactos relevantes no sistema climático global, sendo caracterizado por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Essa condição contrasta com o El Niño, sua contraparte quente, e faz parte do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS), que influencia os padrões climáticos em todo o mundo. Durante um evento La Niña, as águas do oceano Pacífico equatorial central e oriental ficam mais frias do que o normal. Isso tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do globo. A última vez em que a fase fria esteve presente foi entre 2020 e 2023 com um longo evento do fenômeno que trouxe sucessivas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai. No Brasil, os efeitos variam de acordo com a região. O Sul do país geralmente experimenta menos chuva enquanto o Norte e o Nordeste registram um aumento das precipitações. Cresce o risco de estiagem no Sul do Brasil e no Mato Grosso do Sul, embora mesmo com a La Niña possam ocorrer eventos de chuva excessiva a extrema com enchentes e inundações.
FONTE/CRÉDITOS: Metsul Meteorologica
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