Dados da Secretaria Estadual da Saúde. (SES) mostram que em 2022 o Rio Grande do Sul teve 15.559 crianças nascidas com menos de 37 semanas, consideradas prematuras. Isso representa 13% do total dos 121 mil bebês nascidos vivos no ano. Instituído em 2011, o Novembro Roxo marca o mês internacional de sensibilização à prematuridade. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que 1,2 milhão de bebês prematuros nasçam nas Américas anualmente. O parto prematuro pode ocorrer por necessidade de interrupção da gestação devido a complicações maternas e/ou neonatais e também de forma espontânea, porém, as causas são complexas e multifatoriais. “O pré-natal iniciado precocemente é um fator de prevenção à prematuridade, pois permite a identificação de fatores de risco maternos e fetais que podem ser prevenidos ou tratados em tempo oportuno. Idealmente, estes fatores deveriam ser identificados antes da gestação, por meio do planejamento reprodutivo”, explica Gisleine Silva, chefe da Divisão de Ciclos de Vida da Secretaria Estadual da Saúde (SES). De 2019 até outubro de 2023 foram 75.517 bebês prematuros no Rio Grande do Sul, representando 12% do total de cerca de 608 mil nascidos vivos no período. O dado de 2022 ainda é preliminar e o número2023 é parcial até outubro.
Ações Preventivas
A realização do planejamento sexual e reprodutivo pelo casal que deseja ter filhos é importante para detectar a existência de algum fator de risco ou doença que necessite tratamento prévio à gestação. O início precoce do pré-natal é fundamental para o acompanhamento da gestação e para o controle de doenças crônicas preexistentes, como a hipertensão arterial e o diabetes. A realização do pré-natal do parceiro também é importante, pois Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem desencadear o parto prematuro.
O Rio Grande do Sul trabalha com base na Rede Materno Paterno Infantil para qualificar o pré-natal, no incentivo do parto normal, na implementação do Cuidado Progressivo Neonatal, nas ações de promoção ao aleitamento materno, na implantação de bancos de leite e nas ações do Comitê Estadual de Prevenção e Enfrentamento da Mortalidade Materna Infantil e Fetal. O Comitê busca identificar as circunstâncias do óbito, elabora recomendações e propõe intervenções para a prevenção do óbito evitável.
Fatores de risco para o parto prematuro
São fatores de risco para a prematuridade: infecção urinária, especialmente se não tratada durante a gestação; ruptura precoce de bolsa amniótica com coreoamnionite não tratada durante a gestação; gemelaridade; hipertensão arterial sistêmica e pré-eclampsia na gestação; diabetes; Infecções por Sífilis, Toxoplasmose e Streptococo tipo B; história prévia de prematuridade em gestação anterior; ausência de realização de pré-natal e insuficiência istmo cervical do colo do útero.
Ações disponíveis pelo Estado quanto ao cuidado com bebês prematuros
Ambulatórios de Egressos de UTI Neonatal - distribuídos nas diferentes regiões do Estado, 14 ambulatórios realizam o acompanhamento dos recém-nascidos prematuros que tiveram alta das UTIs Neonatais. Estes ambulatórios possuem equipe multidisciplinar e protocolo diferenciado para a assistência do bebê de alto risco para diversas morbidades e sequelas que podem ser minimizadas pelo acompanhamento de qualidade.
Método Canguru - o Estado dispõe de 19 serviços com o Método Canguru disponível, sendo 17 habilitados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que oferecem uma atenção qualificada e humanizada ao recém-nascido prematuro e/ou de baixo peso que necessite de internação em Unidade Neonatal e a sua família. Para isso, promove o contato pele a pele do bebê com a mãe e/ou o pai e participação dos pais nos cuidados com o recém-nascido, com o objetivo de fortalecer o vínculo afetivo e favorecer o crescimento e desenvolvimento infantil saudáveis.
Aleitamento Materno e a Implantação de Bancos de Leite Humano nas Maternidades - os Bancos de Leite Humanos (BLH) tem o objetivo de dar suporte para as mães de bebês prematuros internados na neonatologia para que a amamentação se estabeleça após a alta e também de fornecer o leite humano, conforme prescrição, para os bebês prematuros enquanto estiverem internados. Ao todo, no Rio Grande do Sul, são dez BLHs e nove Postos de Coleta de Leite Humano.
Rede Bem Cuidar
Na Rede Bem Cuidar (RBC), um projeto estratégico da Secretaria Estadual da Saúde (SES), os municípios fazem adesão e passam desenvolver ações direcionadas de qualificação da atenção primária à saúde. A partir de 2024, o ciclo prioritário será materno-paterno-infantil, com foco no pré-natal, puerpério, puericultura/saúde da criança e planejamento reprodutivo.
FONTE/CRÉDITOS: ASCOM -SES
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