“Este estudo é uma ferramenta importante para orientar as estratégias do Senai-RS, integrante do Sistema FIERGS. A indústria precisa de pessoas capacitadas e o Senai-RS está atento para atender estas demandas antes de elas aparecerem”, ressalta o presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier.
Ele destaca que o atual portfólio de cursos da instituição está alinhado com essas necessidades “demonstrando que nossos processos de definição e atualização da oferta de cursos têm mostrado resultados eficazes.”
Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, o estado precisará de 147 mil trabalhadores com uma nova formação para atender o ritmo de criação de empregos e a reposição de trabalhadores que deixarão o mercado de trabalho formal. As projeções para o Rio Grande do Sul também mostram que 810,8 mil trabalhadores precisarão de treinamento e desenvolvimento para atualizarem as competências nas funções que já desempenham na indústria e que também são demandadas por outros setores no Brasil.
A atualização envolve o desenvolvimento de competências em dimensões como hard skills (habilidades técnicas como domínio de máquinas, equipamentos e softwares), soft skills (competências comportamentais como pensamento crítico, inteligência emocional, criatividade e inovação) e ações de saúde e segurança no trabalho (como inspeção de instalações, normas e regulamentos), para que os trabalhadores contem com as habilidades necessárias para desempenhar as funções de maneira eficaz e segura.
Logística e Metalmecânica lideram em demanda por novos profissionais
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, entre 2025 e 2027, as áreas com maior demanda por profissionais serão:
Logística e Transporte (213,2 mil), com oportunidades para técnicos de controle da produção, motoristas de veículos de cargas, almoxarifes e armazenistas, entre outros;
Metalmecânica (106,3 mil), com a necessidade de montadores de veículos automotores (linha de montagem); trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas; trabalhadores da pintura de equipamentos, veículos, estruturas metálicas e de compósitos, e mais;
Operação industrial (97,4 mil), que são profissionais que atuam como alimentadores de linhas de produção, embalagem, etiquetagem, trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias;
Construção (75,6 mil), para atuar como profissionais na operação de máquinas de terraplanagem, ajudante de obras civis, trabalhadores de estruturas de alvenaria, fundações, entre outros;
Alimentos e Bebidas (73 mil), para trabalhar como magarefes, padeiros, confeiteiros, operadores de equipamentos na fabricação de pães, massas, doces, chocolates e achocolatados, entre outros;
Metodologia do MTI 2025-2027
Para este Mapa do Trabalho Industrial, o Observatório dividiu o levantamento de dados por etapas:
Projeção do emprego formal até 2027: estima-se o nível de emprego formal por área de atuação profissional e setor. As projeções utilizam modelos de séries temporais, testando diferentes especificações e selecionando a de melhor ajuste para cada série. Os dados são analisados em conjunto para garantir a consistência em relação ao comportamento do emprego e às expectativas futuras.
Delimitação do emprego na indústria e em ocupações correlatas em outros setores da economia: seleciona-se o volume de vínculos formais projetados para a indústria como um todo, incluindo a indústria extrativa, de transformação, construção e energia e saneamento, além de ocupações correlatas em outros setores econômicos, como agropecuária, serviços e administração pública.
As ocupações correlatas são categorizadas pelo caráter transversal e pela relevância para os diferentes setores, como cientistas de dados e engenheiros da computação.
“Esse enfoque em toda a indústria, com a soma das ocupações estratégicas para os demais setores, possibilita uma abordagem integrada da promoção da formação profissional, refletindo a alta interdependência entre os setores”, explica a especialista em Mercado de Trabalho do ONI e responsável pela elaboração do Mapa do Trabalho Industrial, Anaely Machado.
Estimativa da demanda por formação industrial: com base na estrutura do emprego formal projetado e na necessidade de formação de profissionais, estima-se a demanda por qualificação na área industrial e correlatas:
Formação inicial: considera o volume de novas vagas geradas na economia, a reposição de trabalhadores que deixam o mercado formal e o potencial estoque de profissionais já formados que poderiam ocupar essas vagas. Essa análise é fundamentada em microdados da RAIS/MTE, avaliando a trajetória profissional dos trabalhadores.
Treinamento e desenvolvimento: estima a necessidade de atualização e formação complementar para profissionais já empregados. Os valores são derivados de pesquisa primária com empresários da indústria, que relataram o percentual de trabalhadores treinados anualmente.
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